Tempos de crise, ansiedade, medo e depressão

Como denuncia a excelente matéria oportuna da Revista ISTOÉ Independente, na sua edição de 24 de abril de 2015, com o titulo de capa: “A crise mexe com a cabeça do brasileiro”: Cresce o número de pessoas que procuram ajuda para tratar sintomas de ansiedade e de depressão causados por problemas como o desemprego, a dificuldade para pagar dívidas e a falta de confiança no futuro do País”.

O medo cresce, a satisfação com a vida cai. O mercado torna-se a cada dia mais enxuto. A pressão por bons resultados é intenso e a ameaça da perda do emprego é constante. O demitido sofre com a angustia de se recolocar, mas depara-se com portas cada vez mais fechadas.

Nos jornais a avalanche de más noticias asfixia, com perspectivas tão pouco animadoras para os próximos meses. Uma recomendação vinda dos consultórios médicos, onde houve uma procura maior, devido à saúde mental do brasileiro que sofre com a crise, é evitar assistir aos telejornais.

Na crise seja resiliente

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A ansiedade e a depressão são enfermidades diferentes, mas possíveis de serem desencadeadas ao mesmo tempo parece que vem testar a nossa resiliência.

A ansiedade é um mecanismo do corpo que nos ajuda a se preparar para situações adversas e ameaçadoras. Só que se esse estado de prontidão não se desarmar, poderá ocasionar um mal maior: a ansiedade crônica.

A depressão traz sintomas contrários, pois a enfermidade ocasiona apatia e a extrema dificuldade de enxergar novas perspectivas.

Em tempos tão graves de crise todos precisamos de mecanismos para desestressar. Se não conseguir talvez seja necessário sim, seguir alguma orientação médica e talvez até tomar algum medicamento.

Precisamos então todos aumentar a resiliência e reorientar o foco. Não devemos só focar no lado mais sombrio de uma situação, mas devemos encontrar novas maneiras mais positivas de analisar a situação.

O que se pode fazer? A pessoa pode mapear o que tem de melhor e começar uma nova fase. Um momento terrível pode ser um momento de libertação, nos anima a psicóloga Mônica Portella.

Se for necessário precisar recorrer a algum programa de assistência ao desempregado, ou às famílias com ansiedade e depressão e serviços que ajudem na renegociação de dividas, não devemos ficar constrangidos. Estão ai pra isso.

Mudanças em momentos de crise

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O medo cresce, a satisfação com a vida cai…

Precisamos entender que crises sempre haverá, só mudam o nome. O mundo muda e nós somos afetados pelas mudanças. Precisamos rever conceitos e entender o que nós devemos mudar para continuar e dar mais um passo e outro e seguir em frente.

Qual deve ser a nossa principal medida para não entrarmos nunca em desequilibrio em momentos de extrema dificuldade? Parece que a resposta é nunca ter todos os ovos na mesma cesta.

Eclesiastes, um dos livros da Bíblia nos diz assim: “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra.”

Erros em série

Os erros que o governo vem cometendo, como o ultimo e gravíssimo, que o Ex-Ministro apontou na entrevista que deu no Canal Livre, da Bandeirantes, no dia 27/04/15, triplicar o repasse aos partidos para R$ 867,5 milhões, pode sugerir um tiro no pe, à queima roupa.

Será que veremos ainda a classe C, que virou B, com o PT de Lula, virar classe D, com Dilma? Delfim Neto deu uma previsão de mercado otimista para daqui a 15 meses, com volta ao crescimento.

Ou seja, só daqui um ano e meio, se o governo se ajustar agora, teremos melhorias econômicas. 2015 está consideravelmente comprometido.

A Revista Carta Capital de 19/03/15 acusa que o povo está no limbo por causa de uma elite predadora e irresponsável. O que entendemos é que parece haver uma enorme incompatibilidade entre a elite econômica e o restante do povo brasileiro, sendo que o desnível só cresce.

A desigualdade social vai ficando cada vez mais gritante. O governo não está mesurando corretamente as turbas de pessoas indo às ruas pedindo a saída da presidente, mas querendo dizer sai PT, e também saiam todos os corruptos.

Mario Persona ensina que as empresas em tempos bicudos devem ter o formato de parque de diversões, que está sempre pronto a viajar e mudar a sua configuração e seus produtos dependendo do mercado nas cidades onde peregrina.

Mas nós também deveríamos ter essa predisposição para agir como um parque de diversões, sempre pronto a mudanças e novas configurações necessárias, o que seria uma primeira medida.

Outra medida seria de atitude, porque boa parte do fracasso está na inércia e no sentimento de auto-piedade.

É tempo de pé no chão

Apesar de tudo, existem aqueles que crescem em momentos de dificuldade, diferente da maioria. Mario Persona aponta a visão como um fator primordial e também a habilidade de surfista.

O surfista não espera a onda chegar para deitar na prancha e começar a remar, mas antes começa a remar quando vê a onda no horizonte, procurando sincronizar a velocidade da prancha com a onda que vem chegando.

Deixar os colaboradores saberem da crise quando a vaca estiver com meio corpo no brejo não vai ajudar em nada, ele diz. A noticia ruim é que não existe remédio rápido para a estagnação, mas remédios existem, é a boa noticia.

Deveríamos também entender que numa instabilidade deveríamos sempre ter duas listas, a do que não podemos fazer e a do que devemos fazer.

Na crise não dá para ter mais empréstimos. A situação se agravará mais ainda se pegarmos novos empréstimos para pagar empréstimos velhos. Querendo ou não, doendo ou não, a verdade é que nunca deveríamos nos apegar a bens e nem a um estilo de vida.

Tempo de renegociar dívidas

Se o momento não suporta alguns gastos, deve-se cortá-los. Não fugir dos credores parece ser um outro passo importante. Precisamos aprender a renegociar nossas dividas.

Assim como queremos pagar nossas dividas, nossos credores querem receber e receber em parcelas, um pouco por vez é melhor do que não receber nada.

Uma idéia importante pode ser também não pagar tudo de uma vez. A nossa tendência é querer sanar logo aquela dificuldade, mas pagar um pouco a todos, faz nossas despesas diminuírem e abafar um pouco do fogo.

Uma tendência em tempos de crise é seguir a tentação de não pagar as despesas fixas. A idéia melhor a ser seguida parece não fazer outras despesas, resolver as que existem. Não pagar, nunca foi uma solução.

É lógico que sempre teremos a opção de um plano diferente do A, que era o plano original. Talvez precisemos ter um plano B, C, ou até mais.

Precisamos ter novas vias para resolver nossas pendências. Uma segunda renda parece ser uma ótima solução em muitos casos. Alguém encontrando um segundo emprego pode até tomar gosto pela novidade.

Talvez o mais importante seja nunca se desesperar, sempre haverá uma luz no fim do túnel, mesmo que ainda não a estejamos vendo.

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